Cheguei, estou no cimo da montanha!
Não sei como vim aqui parar nem sei de que lado está o mar. Olho para o horizonte sem temer o que vem a seguir. Arrisco as minhas oportunidades alertada-mente e certa daquilo que quero para mim, mas o vento agora soprou forte, fez com que eu tropeçasse nas minhas próprias palavras e ficasse segura a um ramo quase partido.
Tenho de pensar rápido, os minutos estão a passar e não sei o que fazer. Hei de sobreviver ou vou cair desamparada em cima de garras que me vão devorar?
Não escolho o destino, escolho a vontade de viver, não escolho o que não quero, escolho aquilo que me faz mais feliz.De que vale eu tomar decisões? De que vale estar eu certa das minhas palavras? De que vale eu gritar para o mundo o que é melhor para mim?
Se..não tenho a certeza daquilo que me faz bem! Se..o vento cala-me a boca! Se..todo o mundo tapa os ouvidos àquilo que tento dizer...se nem mesmo querem saber!
Ainda aqui estou,.. presa no ramo. Transpiro dor, choro solidão, e temo a escuridão. Não sei quando vou sair daqui, não sei se vou chegar a sair...
E se eu tentar ser mais forte que o sopro do vento? Se eu tentar elevar a minha voz, ao tom de fazer eco nas montanhas..., todos irão ouvir, irão recuar e sentir que eu é que sei aquilo que é melhor para mim, e não aquilo que pedem que eu seja ou que eu faça é que vai ser melhor.
Vou tentar subir sem tropeçar novamente..., se ouvires o meu eco é porque consegui renascer e começar do início, se sentires um arrepio é porque o vento me levou com ele.
(Nunca duvidem das vossas palavras,
nunca deixem que as opiniões dos outros mudem a vossa,
não vão às vezes tropeçar na inocência de deixar
outro comandar aquilo que vocês não querem).
|imagem - Fatima|